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Uma Colônia Italiana 
No Coração da Cidade

A Rua Santa Cruz deu origem ao bairro Santa Cruz do Belém, na zona oeste da cidade. No alto da rua existia uma forca, onde depois foi edificada uma cruz e uma capela batizada de Santa Cruz do Belém. A Rua Santa Cruz liga a cidade a muitos bairros da zona rural. O bairro foi se formando com moradores que vieram dos sítios para morar na cidade. A grande maioria deles era descendente de imigrantes italianos, que vieram para o Brasil por volta de 1888 para trabalhar como colonos nas fazendas de café

A Santa Cruz se caracteriza como um bairro católico. A paróquia da Santa Cruz é a segunda da cidade e tem sob o seu controle 25 capelas na zona rural. As tradições italianas permanecem: música, jogo de bocha, alimentação à base de massas com macarronadas aos domingos. O local é conhecido como bairro com maior número de descendentes italianos.

A partir de 1960, com o início da mecanização da agricultura e a diversificação de culturas (cana, café, goiaba, abacaxi, mandioca e, mais recentemente, a laranja), ocorre o êxodo rural para a zona oeste e uma grande quantidade de moradores dos sítios passa a residir na Santa Cruz, fazendo com que o bairro cresça. As vilas, jardins e parques são em número aproximado de catorze.

A região conta com três escolas municipais, um posto de saúde, uma creche, seis praças e o Fórum. Um prédio moderno da igreja católica, o “Cálice”- reservatório de água “Flavio Aparecido da Silveira Franco”, construído na década de 1960, tombado pelo Patrimônio Histórico do Município, a rodoviária e as indústrias Isma e Balestro são referências do bairro.

Rua Santa Cruz

“Rua Mailasque – denominação dada à antiga Rua Santa Cruz, no bairro do mesmo nome. Homenagem ao engenheiro Luis Mateus Mailasque, ex-vereador municipal, lavrador, cidadão de iniciativas que muito fez pelo progresso de Mogi Mirim. Foi premiado por D. Pedro II com o título de Visconde de Sapucaí. A extensão desta rua é de 674,00 metros. Os habitantes do bairro do Mirante também deram o nome de Mailasque a uma das ruas do bairro”. (Antenor Ribeiro, In: Monografia da Cidade de Mogi Mirim, 1949).

A Rua Santa Cruz, na década de 1940, chamou-se Rua Mailasque. Acredita-se que o nome não agradou aos moradores porque o nome antigo permaneceu, assim como ocorreu também no bairro do Mirante. A Rua Santa Cruz inicia-se no término da Rua Marciliano, na descida do morro, passa pela Praça Tiradentes e igreja Santa Cruz do Belém (sua primeira construção é de 1848) e termina no trevo de saída para a cidade de Limeira.

(Fonte: Carmen Lúcia Bridi, In: Estudo da Urbanização de Mogi Mirim – das Alamedas, becos, pátios e ladeiras de ontem às Ruas e Avenidas de hoje, 2009, p.97-98).

Praça Tiradentes
Antiga Praça do Belém

“Antiga Praça do Belém, no Bairro Santa Cruz. Recebeu a denominação de Praça Tiradentes o antigo Largo Fronteiro à Capela de Santa Cruz do Belém, em homenagem ao Mártir da Inconfidência. É a praça conhecida por Largo da Santa Cruz”. (Antenor Ribeiro, In: Monografia da Cidade de Mogi Mirim, 1949).

A construção mais importante é a Igreja da Santa Cruz. A primitiva capela da Santa Cruz do Belém teve sua construção iniciada em 1848. Foi construída pelo fazendeiro Marciliano Ribeiro Pinto, em homenagem aos escravos mortos na forca. Onde ocorriam os enforcamentos, foi colocada uma cruz. “O nome Santa Cruz provém deste fato: de ter um local para enforcarem os escravos”, cita o jornal “A Comarca”, de 17/10/1999.

Com o passar do tempo, a população aumentou e, consequentemente, o número de fiéis católicos também. Em outubro de 1957, a antiga e pequena capela de taipa deu lugar à nova igreja de tijolos, construída sob a coordenação de Monsenhor José Nardim.

Em 25 de outubro de 1959, a igreja tornou-se paróquia, a segunda de Mogi Mirim, considerando-se a de São José como a primeira, tendo sob sua coordenação e orientação as capelas da zona rural oeste do município, com 23 capelas e a capela de Nossa Senhora da Saúde na zona urbana. Com uma acomodação do solo, a igreja sofreu um abalo nas estruturas e as rachaduras comprometeram a segurança dos fiéis. Em 1983, foi demolida e deu lugar a uma igreja de concreto espaçosa e moderna que levou cerca de quatro anos para ser erguida. A construção foi coordenada por Monsenhor Clodoaldo Nazareno de Paiva, pároco de 1959 até 2006.

(Fonte: Carmen Lúcia Bridi, In: Estudo da Urbanização de Mogi Mirim – das Alamedas, becos, pátios e ladeiras de ontem às Ruas e Avenidas de hoje, 2009, p.83-84).

Voçoroca

Localizada no alto do Santa Cruz a Voçoroca (palavra de origem tupi) quer dizer “coisa rasgada”. Ela possui uma área de 3 a 4 hectares. Está localizada em área particular. Antigamente foi esconderijo de leprosos. Possui cavernas, labirintos, dunas, corredores resultantes de enxurradas de águas em solo arenoso. Possui várias nascentes de águas cristalinas que formam pequeninos riachos que vão desaguar no Córrego Santo Antônio, que é o único da Zona Oeste.

A vegetação da Voçoroca é rica em ervas medicinais e frutos silvestres como a gabiroba e o emburicí.

(Fonte: Mogi Mirim – uma breve coletânea de seus bairros. Elaboração e coordenação Carmen Lucia Bridi, junho de 2004)

Mogi Mirim

A cidade de Mogi Mirim é um município brasileiro do estado de São Paulo, com vocação industrial e agrícola. Localiza-se a uma latitude 22º25'55" sul e a uma longitude 46º57'28" oeste, estando a uma altitude de 590 metros. Segundo o Censo do IBGE de 2010, Mogi Mirim tem uma população de 86.244 habitantes.

Seu nome, de origem tupi, tem como interpretação mais aceita "pequeno rio das cobras", ou para alguns, "pequeno rio que serpenteia como cobra", mesmo porque não há, na região, nenhum registro de serpentário.

O povoado da região, que era habitada por índios caiapós, iniciou-se por volta de 1720, com a passagem de bandeirantes paulistas que se dirigiam ao Estado de Goiás em busca de ouro. O arraial de Mogi Mirim já possuía bom número de habitantes em 29 de julho de 1747, quando começaram a ser cavados os alicerces da primitiva Igreja Matriz de São José. A freguesia foi criada em 1751, desmembrada da freguesia de Moji do Campo, atual Mogi Guaçu. A elevação da Freguesia de São José de Mogi Mirim a Vila se deu em 22 de outubro de 1769, após cisão do município de Jundiaí. A Vila de São José de Mogi Mirim passou a abranger um enorme território, com limites no rio Atibaia e no rio Grande, este na divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Com o passar do tempo, foram se formando arraiais e povoados como Franca, Casa Branca, Rio Claro, Mogi Guaçu, Itapira, São João da Boa Vista, Serra Negra, Pinhal e inúmeros outros.

Pela Lei No. 17, de 3 de abril de 1849, o Presidente da Província de São Paulo, Padre Vicente Pires da Mota, elevou a Vila de Mogi Mirim à categoria de Cidade. Por Lei Provincial de 17 de julho de 1852, Mogi Mirim passou a ser sede de Comarca.

Em 1886, os fazendeiros de Mogi Mirim começaram a angariar o trabalho de imigrantes estrangeiros, principalmente italianos, (cujas famílias destacam-se pela sua importância: Bridi, Bermardi, Zolli, Bucci, Brugneroto, Finazzi, Finetto, Polettini, Biazotto, Marangoni, Sambinelli, Guarnieri, Storti, Zaniboni, Bonatti, Pissinatti, Davoli, Benatti, Bordignon, Formenti, Bruno, Scomparim, Zorzetto, Prado, Rossi, Maretti, Tagliaferro, Quaglio, Mariottoni, Piccolomini, Malvezzi, Rampazzo, Furigo), portugueses, espanhóis e, posteriormente, sírio-libaneses e japoneses), que tiveram importante participação nas plantações de café e algodão e das ferrovias da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, fato esse que tornou-se predominante na formação da população atual.

A Zona Oeste 

A nossa Zona Oeste da cidade tem como bairro de origem a Santa Cruz, nome que surgiu em função de uma cruz e da Igreja que tomaram o lugar onde antes existiu uma forca. A igreja teria sido mandada construir por Marciliano Ribeiro Pinto, que dá nome à Rua Marciliano, rua que era a porta de entrada do bairro de Santa Cruz do Belém. Talvez, por isso, seja um bairro de muita tradição religiosa católica. Cônego Clodoaldo Nazareno de Paiva, que é pároco desde 1959, conta que, quando foi derrubada a antiga igreja, havia uma ossada sob o tablado de madeira do altar, que se presumia ser do sr. Marciliano.

As origens do bairro também estão ligadas aos imigrantes italianos, que para o Brasil vieram depois que em 1888 acabou a escravidão e os cafezais ficaram abandonados. Os italianos vieram para trabalhar nas terras, em função de um convênio entre os governos, mas também por causa da guerra civil de unificação daquele país. Mas com a crise no café, os proprietários acabaram vendendo as grandes fazendas, divididas em pequenas propriedades, de terra arenosa e de pouco valor, mas que hoje foram tornadas as mais produtivas pela criatividade dos imigrantes, a maioria deles, mesmo morando no rural, passou a adquirir lotes na região da Santa Cruz, formando ali uma comunidade de italianos que até hoje pode ser identificada.

Até o início da década de 50, a cidade praticamente acabava na Rua Marciliano, e dali pra frente era um caminho de terra, que depois se transformou na Rua Santa Cruz. Logo depois surgia a Vila Bordignon Velha.

Do lado de cima iria nascer o bairro da Saúde, que começou onde hoje é a Praça do Fórum, construída na segunda metade da década de 70, em lugar do campo de futebol da caixa d’água, que tinha este nome por casa do reservatório em forma de cálice, que anda hoje é ponto de referência daquela região. Antes, onde hoje estão o Fórum e a praça, foi cemitério da cidade, bastante distante que até 1950 não passava do terceiro quarteirão da Rua Padre Roque.

Mais longe ainda era o Campo de Aviação, que antes foi raia de corrida de cavalos.

Ao longo desta principal rua, a da Santa Cruz, foram surgindo as construções e mesmo loteamentos, como o Jardim Cintra e o Jardim Mello, que somente em fins dos anos 60 foram começando a ser ocupados. O mesmo aconteceu na parte de baixo, com o prolongamento da Vila Bordignon.

O primeiro grande loteamento a abrir fronteiras, de outro lado do Ribeirão Santo Antônio, que nasce na Zona Oeste, foi o Parque da Imprensa, também na década de 60, mas que até hoje ainda não foi totalmente ocupado.

Depois vieram a Nova Santa Cruz, o Jardim Tropical, onde foram construídos os primeiros apartamentos populares da cidade e a ocupação do espaço entre as ruas Santa Cruz e a Rio de Janeiro em direção à rodovia.

Mas foi o campo de aviação o grande entrave para que a ocupação da Santa Cruz fosse mais rápida, e depois de muitos anos, ele acabou sendo desativado.

Outro fator de abertura da Zona Oeste foi a mudança da Estação Rodoviária, que saiu do centro, na Rua Padre Roque esquina com a Padre José, para as margens da Rodovia, na entrada da cidade, isso em 1977.

Outra característica da Zona Oeste é a Voçoroca ou Boçoroca, que é a erosão provocada por rio subterrâneo, em áreas arenosas, situada a menos de um quilômetro do centro da cidade, local do qual se contavam muitas lendas no passado e que no futuro pode vir a se transformar numa grande área de lazer da cidade. Hoje apresenta grande beleza natural e muitos perigos, com precipícios de dezenas de metros de altura e densa vegetação nativa.

Assim, a Zona Oeste é formada por pequenos bairros, muitos dos quais se englobam como pertencentes à própria Santa Cruz, onde está cerca de metade das casas, com maior concentração, depois no Bairro da Saúde- Vila Oceania, que é na verdade um prolongamento da própria Santa Cruz, Vila Bordignon e Parque da Imprensa, com uma população estimada em 12 mil habitantes, portanto quase metade da zonas Leste e Norte.

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